Sendo uma novidade para mim essa ferramenta na internet, inicio meus primeiros passos tecendo algumas considerações a respeito dos encontros passados. Nada melhor que começar...
O contato com os cursistas na aula inaugural foi de extrema valia, pois todos demonstraram a sua curiosidade, ansiedade e expectativa com lançamento do curso. Houve uma apresentação teatral “batalha dos métodos” dramatizada pelas tutoras, uma abordagem sobre letramento feita pela professora Ingrid e para finalizar, alguns informes sobre o curso. O reflexo de que o aulão havia sido o nosso segundo encontro foi marcado por inúmeras participações baseadas em questionamentos sobre o professor de Língua Portuguesa e sua prática pedagógica.
Frente aos desafios dos encontros nos reunimos mais uma vez para estudar o fascículo 5. Fizemos um estudo sobre as variações lingüísticas, discutimos o poema “Vício na fala” de Oswald de Andrade e de um modo descontraído a professora cursista do turno vespertino, Maria Jucylaine nos presenteou com nomes de alguns filmes que foram mudados pelos nordestinos, fazendo uma homenagem ao nordeste.
- · UMA LINDA MULHER = A CABRITA APRUMADA
- · O PODEROSO CHEFÃO = O CORONÉ ARRETADO
- · O EXORCISTA = ARREDA CAPETA!
- · OS SETES SAMURAIS = OS JAGUNÇO DE ZÓIO RASGADO
- · GODZILA = O CALANGÃO
- · OS BRUTOS TAMBÉM AMAM = OS VAQUERO BAITOLA
- · SANSÃO E DALILA = O CABELUDO E A QUENGA
- · MAMÃE FAZ CEM ANOS = MAINHA NUM MORRE MAIS!
- · O FIM DOS DIAS = NÓIS TAMO É LASCADO
- · O CORCUNDA DE NOTRE DAME = O MONSTRIM DA IGREJA GRANDI
Discutindo e analisando imagens e falas, percebemos em nosso grupo de estudo que obras literárias, episódios de fabulas, contos, música populares e outros podem ser transformados em texto servindo como recursos didáticos. Fizemos análise do livro didático e concluímos que ele é um apoio ao professor, mas nem todos oferecem diversidades de texto e a gramática e trabalhada de forma fragmentada, não apresentando relação com o texto sugerido. Analisamos também, a música “Asa branca” de Luis Gonzaga (sugestão do professor Dioney - UNB), relacionamos com outros textos e identificamos vários fenômenos lingüísticos, que fizeram o professor cursista refletir:
- Qual minha postura diante dos “erros” de meus alunos?
- Como “corrigi-los”?
Marcos Bagno em seu livro “Preconceito Lingüístico” (p - 124) diz:
“Ninguém comete erros ao falar sua própria língua materna, assim como ninguém comete erros ao andar ou respirar.”
A partir desse pressuposto descobrimos que devemos reconhecer que não há erros de português e sim variações lingüísticas em relação às regras da gramática normativa. Temos que valorizar as riquezas de nossa cultura e identificar esses “erros” como fenômenos lingüísticos tendo explicações científicas e a partir desse fato explicar as regras sistematizadas pela norma culta. Cabe ao professor apresentar vários gêneros textuais diferentes e distintos modos de usá-los para despertar no aluno a consciência de uma busca contínua do conhecimento.
Encorajados, arriscamoss e construímos nossos próprios textos por meio de atividades que nortearam a teoria apresentada no fascículo 1. Os professores cursistas analisaram seus textos e idetificaram elementos significativos na construção textual. Nossos encontros estão sendo valiosos, enriquecedores e muito produtivos. Realmente encantando a todos.